Eu choro

Fe Almeida
2 min readMay 21, 2022

Gente, como eu choro. Porém eu choro muito pelos outros. São as dores e amores dos outros que me fazem chorar.

Demonstrações de amor, de amizade, tristezas da vida cotidiana. Eu sou a pessoa que poderia chorar em um comercial.

Hoje eu chorei por toda a alegria do final do Clone. Chorei porque o Tio Ali era feliz por ter se casado com a Zoraide e, como presente de casamanto, perdoado a Jade (que está vivendo feliz com o Lucas).

E não me julgue pelo spoiler… É, pelo menos, a segunda reprise e a novela tem mais de 20 anos.

Quando eu abri a torneirinha de chorar não conseguia mais parar.

Quando “subiram as letrinhas” ainda estava prostrada chorando. Sentindo o vazio que me vem todas as vezes que termino uma história que me impacta. Não queria me mexer para aquela sensação não desaparecer, mas eu tinha que sair de casa. Já estava atrasada, como todas as sextas. Perdendo o começo da aula para não perder o final do capítulo, me julge.

Mas este instante é como o momento logo após uma apresentação, quando a última nota morre, a plateia continua fascinada e a ovação está prestes a começar” — Um dos últimos parágrafos de um livro que eu li (O Pesadelo — Lars Kepler) tem essa frase que explica quase exatamente o sentimento que me dominou.

É uma tristeza porque acabou, é uma alegria por ver aquelas pessoas sendo felizes. Ainda bem que estão felizes, eu não estou mais lá para cuidar delas.

Eu lembrava da maior parte da história, só não lembrava do principal, se a Jade ficava ou não com o Lucas no final. Torci pelo Zein como se ele tivesse chance.

E horas depois, me peguei feliz por ela ter sido feliz no final. Eu tive um momento bem difícil com relação à histórias sempre terminarem com finais felizes.

Entre a versão original e a reprise que terminou hoje existe um hiato de 20 anos. Que me coloca praticamente na idade da Jade, nas duas vezes em que assisti a novela. Na primeria exibição, eu era a adolescente da primeira fase, tentando aceitar que perdeu o seu primerio amor e hoje a mulher que se jogou no vento para ser feliz.

Não espero a volta do meu amor de adolescencia.

Não lembro de ter torcido pelo Zein da outra vez. Minha visão sobre a história mudou.

O Clone é basicamente uma história de desencontros, de timings errados, de falta de comunicação, de orgulho ferido…

Fico feliz que a história terminou com ela em um felizes para sempre. Traz um calor no coração. E se nada der certo, posso assistir de novo, daqui a 20 anos e procurar pontos em comum com a história da Ivete, que também terminou feliz para sempre.

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Fe Almeida

Escrevo porque às vezes nem tudo cabe dentro de mim e precisa transbordar.