O primo do vizinho do meu amigo

Fe Almeida
2 min readOct 25, 2017

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Poderia dizer que te vi crescer, mas parece que você sempre foi grande.

Poderia dizer que em todos aqueles anos eu te vi sem te ver. Você era parte da paisagem, tão natural era sua presença por ali, tão à vontade.

“À vontade” parece uma definição justa para a sua existência. Você sempre parece à vontade em qualquer lugar, como se as outras pessoas ali é que estão no seu lugar, todos são visitantes da sua vida.

E foi assim, que você resolveu, como um Pokemon, que ia evoluir seu papel na vida daquele círculo de pessoas, que gravitava a sua volta e também à minha.

Esta sua evolução era prevista por todos, mas errou-se o alvo dela. Todos chutamos e batemos na trave, afinal você está sempre no comando, talvez você tenha saído do que seria o destino provável, só para contrariar, só para ser diferente do esperado.

E foi por um movimento diferente do esperado que nos encontramos naquele momento, você que não pode ir onde havia planejado, eu que precisei alterar minha rotina especialmente naquele dia.

Um dia que entraria para o rol das coisas que aconteceram na minha vida por um triz, por um acaso.

Companhia sempre presente virtualmente depois daquele dia, até que resolveu que era hora de dar Origem a algo mais. Isso depois de um dia em que fui bem tratada por você no meio de pessoas que eu não conhecia, mas me conheciam e fariam parte de vários momentos depois daquele dia.

Levados pelo barquinho do tempo e dos acontecimentos aquele encontro foi ficando cada vez mais sério.

E foi nesta seriedade que acabamos perdendo a mão, acho. Escolhendo a data para o passo mais importante da caminhada, sem a pessoa que estava lá no dia -1. Se tivéssemos esperado um pouco mais…

Você virou um Batman sem Robin…

… eu, Robin esperando por um Ted.

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Meus amores, amores dos meus amigos, amores que me contaram, transformados em histórias pelo meu olhar e sempre em primeira pessoa. Como diria Stephen King, quando se trata de passado todo mundo escreve ficção.

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Fe Almeida

Escrevo porque às vezes nem tudo cabe dentro de mim e precisa transbordar.