2018, este fanfarrão

Fe Almeida
3 min readDec 26, 2018

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Ano passado eu fiz uma retrospectiva completa. Este ano, sinto que não consigo ser tão detalhada.

2018 foi um ano estranho. Ao mesmo tempo que parece que foi ontem que eu estava fazendo sobremesa para um Reveillón em família (na casa do avô da minha melhor amiga) parece que faz uma eternidade que eu me sentava no meio do planejamento para a publicação da meta no meu antigo cliente.

A primeira semana do ano terminou com um beijo que me foi roubado e que teve consequencias enormes e desproporcionais.

Era 2018 me mostrando que seria, sim, um ano desproporcional em todos os sentidos.

Falando em beijos que não devem ser mencionados, teve um quase namoro escondido que quando acabou, levantou tanta poeira que precisou ser parcialmente noticiado por aí.

Neste lado do coração, me descobri a Clover pela primeira vez na vida. Com várias micro paixões aparecendo e desaparecendo ao longo do primeiro semestre. Até um anjo resolver voar a minha volta, e não era o cupido.

Após 7 anos na mesma empresa pedi demissão. Meu coração disse que era hora, embora racionalmente eu sentisse que não devia. Vivi mais uma reação absolutamente desproporcional do dono da empresa que me enviou um e-mail com um palmo de comprimento acabando comigo. 2018 foi um ano desproporcional.

Meu almoço de despedida foi feito pela equipe do Bradesco. Tantos anos almoçando com eles por causa de uma amiga, que não sei quem poderia ter feito este almoço para mim com mais amor.

Ao longo de toda a desproporcionalidade de 2018 corri para o colo e socorri,o coração, vezes que não consigo contar, pessoas com as quais simplesmente não sentia que tinha este nível de intimidade.

Voltando para casa, após um atraso de 5 horas no meu voo, olhei as luzes de São Paulo, que como estrelas no chão, praticamente me provocaram lágrimas. Lágrimas de alegria e uma onde da agradecimento imensa. 2018 foi um ano desproporcional.

Chorei no chão do banheiro, mais de uma vez. Foi em casa, foi no hotel, foi no Burger King (desta vez não foi no chão, até para 2018 teve limite!). Lembrei milhares de vezes de um amigo que me disse que nunca foi tão infeliz do que quando ele tinha 32 anos.

Encontrei uma “família” em Curitiba, onde outro amigo me disse que foi o lugar em que ele mais foi feliz na vida.

Fui monotemática.

Senti-me absolutamente insuficiente.

Joguei as fotos 3x4 do meu ex no lixo não reciclável do aeroporto, pois não queria trazer de volta para São Paulo, queria deixar tudo para trás em um momento desproporcional de querer abrir espaço para o novo.

Procurei formas diferentes de errar um erro que para mim tinha cheiro de dejà vú. E vivi um momento de intimidade absoluta enquanto dividi um travesseiro, tá bom 2, mas empilhados.

Fiz vários acordos com Deus e fui obrigada a ouvir: “para que se preocupar com a situação do refugiados, mas com o sinal do celular da Fernanda, com certeza”. Deixei Santo Expedito surdo.

Tive vergonha de sair na rua vestindo uma cor e quase voltei para casa.

Teve visita do passado. De vários passados. Em momentos muito inapropriados, em momentos que eu revirei os olhos… Em momentos que eu precisei de ajuda para matar uma barata. Em ligações de duas horas… Em mensagem direta no twitter… 2018 foi um ano desproporcional.

A Oktoberfest foi um capítulo desproporcional, onde eu bebi desproporcionalmente, encantei e fui encantada desproporcionalmente e fingi demência de maneira desproporcional… Foi a primeira noite que passei hospedada em um ferro velho.

Sobre aleatoriedades… Teve uma balada no dia de finados que rompeu todos os limites da desproporcionalidade da minha vida, acho…

Ainda sobre balada, teve uma noite que terminou no hospital, com uma amiga dizendo que nunca tinha andado de cadeirinha. Não, ela não tinha quebrado o pé, era só mais uma desproporcionalidade de 2018.

2018, Obrigada a todos os envolvidos e desculpa qualquer coisa…

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Fe Almeida

Escrevo porque às vezes nem tudo cabe dentro de mim e precisa transbordar.